Pular para o conteúdo principal

Papéis trocados.

 Olhares. Nós trocamos olhares. Ondas de energia passaram de você pra mim e de mim para você. A mensagem havia sido enviada.


 Ainda não te conheço, mas gosto de te observar. Encontramos-nos por um mero acaso, e em mesas coladas de lados opostos.

 Seus cabelos curtos e brancos ao vento me deixam completamente encantado, um quase apaixonado.

 Clamo a jovem que anota os pedidos - muitos a chamam de garçonete, logo me lembro de “garça”, porém ela é muito bela para ser tratada assim. 

 Contudo, a peço guardanapos e caneta, sendo eu atendido prontamente.

 - Moça? – prefiro tratá-la assim – Você poderia perguntar o nome e pedir o telefone daquela senhora? 

 Então, mostro-a o amor da minha vida.

 Ela prontamente se dirige à senhora, logo surge um sorriso na minha face, e vejo brotar um leve rubor na de minha boneca.

 A garçonete morena se encanta com meu romantismo – escasso em dias atuais - e demonstra claramente esse encanto. Ela chega a comentar que acha encantadora essa forma de se aproximar das pessoas. Ela anota o nome e número de minha garota.

 "Quero te manter comigo, nunca mais irá pra longe de mim." Era a única coisa que eu pensava em dizer para o meu amor.

 Até os números de minha amada parecem perfeitos, se enquadram com ela. Os meus rabiscos com meu nome e telefone pertencem agora somente a minha deusa, assim como meu coração – desde nossa primeira troca de olhares.

 Trocados guardanapos, nomes e telefones.

 Meses depois trocamos alianças, e trocamos de casa.

 Cruzamos o mundo para nos encontrarmos aqui, de onde nunca deveríamos ter saído. O destino foi bom, nos permitiu o encontro ainda nesta vida. Meu eterno amor.

 Minha eterna rainha.

 Guardarei eternamente meu guardanapo com seu número.

 Obrigado, doce garçonete! Você mudou minha vida.

 E foi assim que descobri como a vida dá voltas e como se pode encontrar o amor das nossas vidas em qualquer tempo e em qualquer lugar. Além disso, descobri que não há tempo para amar, só saúde para viver. O amor talvez seja aquilo que nos move, que nos faz viver.

Comentários

Postar um comentário

O que achou do meu texto?

Postagens mais visitadas deste blog

Eu amo você, você ama a mim.

Eu vejo o quanto eu gosto de você em cada riso que você me causa, em cada paz que você me provoca. Eu gosto da sua risada esquisita, afinal, nenhuma risada é normal, mas a sua transmite-me amor... E eu detesto quando você morde a ponta do meu nariz, tenho uma vontade louca de te bater, e te morder até machucar, pra dor que você me fez sentir, passar.   Eu sei.  Eu sei que gosto de você, quando você me acorda em pleno sábado às 15:30 da tarde, ou quando fica acordado comigo até às 3 da manhã para eu não estudar sozinha; ou ainda quando me escuta ler sobre antibióticos, quando o que eu mais quero é dormir, só pra não me deixar desistir de farmacologia...  Eu sei.  Eu sei que gosto de você, quando tento ser uma pessoa melhor ao seu lado, e mais ainda quando você consegue que eu seja.   Eu sei.  Eu sei que gosto de você, quando em plena semana de provas, numa quinta-feira, largo tudo pra ir com você assistir um filme baseado em um jogo que você gosta; aliás, quando eu vou

E todo amor tem seu fim...

 Começar um texto logo após pensar no título, e que título, não é muito meu estilo, eu rabisco 30 vezes antes de saber se gostei... Só que convenhamos, esse texto deveria apenas ter um fim.  Todo amor começa quando duas pessoas se conhecem, se suportam, são apoio, são companheiras, e depois que toda a fase de paixão passa, elas ainda querem ficar juntas.  Só que quando é que um amor acaba? Se é que acaba...  Dizem que amor de verdade não tem fim, que é eterno, que ultrapassa sentidos, momentos e dimensões.  Não sei se concordo, se discordo. Porém, lidar com pessoas nos mostra, libera, compartilha, outros pontos de vistas e outras experiências que talvez jamais teria.   Seu Getúlio tem seus 87 anos e está viúvo há apenas um, sua filha contou que depois que sua esposa Geraldina se foi ele nunca mais foi o mesmo. Seu Getúlio tem uma coleção imensa de apontadores de diversos modelos, em quadros feitos para isso. Dona Geraldina costumava colecionar corujas, até da China, tem t

E estou a procura de mim

E. S. T. O. U. P. E. R. D. I. D. A.   E estou a procura de mim.  Escuto músicas, leio textos, busco... Talvez elas, as palavras, se misturem e formem poesias, mas não existe nenhuma a qual eu me encontro agora. Eu só me encontro aqui. Dentro de mim.   Dentro de mim. Aqui dentro, sou uma mistura de sentimentos e de não sentir. De ser e não saber. De saber e talvez, não ser. Eu sou uma mistura de dúvidas e quase nenhuma, raras certezas.    Estou onde eu sempre quis estar, fazendo o que sempre quis fazer. E me sinto confusa. Abdico de coisas que sempre gostei de fazer, coisas que sempre fiz. Abdico de mim mesma pelas minhas próprias escolhas. Abdico porque eu quis estar aqui, porque eu me cobro estar aqui.  Eu não sei o que estou fazendo. E sei. Eu entendo. E não entendo no mesmo segundo.  E. S. T. O. U. P. E. R. D. I. D. A.   E estou a procura de mim.   Afinal, quem eu sou? Quem sou eu? Quem fui? Quem serei?  Eu não entendo. E entendo no mesmo segundo.  Eu quero abraça