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Mostrando postagens de 2017

E estou a procura de mim

E. S. T. O. U. P. E. R. D. I. D. A.   E estou a procura de mim.  Escuto músicas, leio textos, busco... Talvez elas, as palavras, se misturem e formem poesias, mas não existe nenhuma a qual eu me encontro agora. Eu só me encontro aqui. Dentro de mim.   Dentro de mim. Aqui dentro, sou uma mistura de sentimentos e de não sentir. De ser e não saber. De saber e talvez, não ser. Eu sou uma mistura de dúvidas e quase nenhuma, raras certezas.    Estou onde eu sempre quis estar, fazendo o que sempre quis fazer. E me sinto confusa. Abdico de coisas que sempre gostei de fazer, coisas que sempre fiz. Abdico de mim mesma pelas minhas próprias escolhas. Abdico porque eu quis estar aqui, porque eu me cobro estar aqui.  Eu não sei o que estou fazendo. E sei. Eu entendo. E não entendo no mesmo segundo.  E. S. T. O. U. P. E. R. D. I. D. A.   E estou a procura de mim.   Afinal, quem eu sou? Quem sou eu? Quem fui? Quem serei?  Eu não entendo. E entendo no mesmo segundo.  Eu quero abraça

Coisas demais

  Às vezes a gente anda com coisas de mais. A gente anda com coisa demais. Coisas demais que chegam a sobrecarregar a mente.  Andar. Caminhar. Sentir o vento de uma - quase - chuva nos cabelos. Refresca. Acalma.   Podia chover para aliviar. Chover para levar embora os problemas, sejam quais forem. Sejam quais dores. Uma chuva de paz, de água. Mas, a gente anda com coisa demais... Celular, carteira. Documentos e papéis. Queria poder molhar tudo... Até a alma. Pra acalmar. Pra acalmar a alma. Tranquilizar a mente. Limpar os problemas. Misturar ao suor. E esquecer. Esquecer tudo que machuca.   Andar. Chover. É tudo tão ser. E sentir. Quem sabe? Saber que andar. Meditar. Elevar a alma ao andar. A cada passo. A cada passo o peso aumenta. Da bolsa. Da mochila. Das dores. Da alma. A preocupação supera a anterior e fica mais forte. Forte. Gotas que acalmam a alma, me impedem de continuar a escrever esse texto no celular. Porque a gente carrega coisas demais... Por quê?   Vento que

Coração

- Oi, somos alunas aqui da faculdade e vamos te atender hoje. O que te trouxe aqui? - Dor no peito.  O ambulatório era de cardiologia, mas juraria que se eu fosse psiquiatra a atenderia melhor.  Colhemos a história.  - A senhora fuma?  - Três maços por dia.  A carga tabágica era de mais de 100 anos/maço. Porém, tudo culpa da ansiedade.   O que poderíamos fazer?   Sua impaciência. Sua vontade de sair do consultório para mais um trago era evidente.   Ela saiu. Nós esperamos.  O médico, enfim, chegou. Discutimos o caso. Passamos exames cardiológicos, um eletro daqui um eco dali. E assim, diagnosticamos problemas do corpo, mas jamais descobriremos da alma. Seu sofrimento. Sua solidão. Tudo que passamos pode ter sido em vão.   Agradecemos.   Ela agradeceu.  A consulta terminou, mas a lição ficou. A consulta pode até ter sido em vão, mas ela me tocou de coração.