Chuva. Não sei o porquê, mas quero começar esse texto frisando que havia muita chuva. Era mais uma dessas de verão, que caem sem fim. Em que os céus choram alegrias ou tristezas... Ou apenas uma das vezes que as lágrimas saem simplesmente por nada, apenas pra aliviar a tensão. Em uma dessas ruas escuras na minha querida cidade, uma dessas solitária, silenciosa, sigilosa. Uma rua que ninguém quer ficar, em que pessoas não suportam passar, uma dessas que por si só é triste. Mas, era o lugar que Amélia havia escolhido para repousar, para pensar, para sentir aquela dor. Sua dor momentânea precisava de um lugar pra ficar. Estava escuro, já se passava das dez. Ela estava sentada, um tanto que desleixada, magoada, sentida... Com lágrimas que se misturavam a chuva, e sentia dor, a pior dor que existe. A dor da perda. E havia sangue em suas mãos... Amélia sempre foi uma menina inteligente, questionadora das coisas, queria saber o porquê de tudo. Ela era uma garota que sabia suportar
por Júlia Farolfi