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Mostrando postagens de 2013

Gostosuras ou travessuras?

 Descobri que em viagens minha mente fica livre, talvez pelas interações sem importância que passam leve, talvez pelas coisas diferentes que vejo.  Dia 31 de outubro, popular Halloween americano, não que eu goste ou que eu iria escrever um texto sobre mas de fato a data me fez pensar ou melhor voar com minha mente.   A minha cabeça me prega peça as vezes. Eu estava na rodoviária como habitual, esperando meu ônibus chegar, nem interagindo muito pelo fato de isso já estar se tornando natural para mim.  Olho para o lado e estranhamente duas mulheres de preto, saias longas e casaco pretos, unhas vermelhas (das mãos e dos pés), uma loira e outra ruiva. Deveriam ter uns 60 ou 70 anos. Tinham anéis em todos os dedos, um colar com círculo prata com desenhos que pareciam ser feitos a mão. As bolsas eram pretas também, e junto tinha uma sacola com ramos de folhas. Pode-se supor ser também João e Maria e que elas são bruxas voltando de alguma reunião. E ah, que teriam uns 800 anos. Sup

Reticências.

*Coloque a música para tocar antes de ler o texto  Léo tinha os olhos da cor de esmeraldas, tão hipnotizantes que Lia não conseguia olhar para outro lugar. Aliás, conseguia por segundos desviar, mas aos poucos já estava olhando novamente pro mesmo rapaz.   Lia estava de batom caqui, assim como na música Ali. E a música parecia ter sido escolhida a dedo para éLês, para esse momento.   Os olhares sentiam necessidade um do outro. Aquela sensação de paz. De encontro. As milhões de possibilidades. Os milhões de hormônios. Haviam sete bilhões de pessoas no mundo, e naqueles segundos somente uma lhes despertavam interesse. A curiosidade de saber o nome, a idade, a cor favorita, o cantor predileto, a cidade de onde veio, o porquê de estarem no mesmo bar.   A curiosidade de ambos era notória, qualquer um que olhasse de qualquer outra mesa também notaria, assim como eu notei. Até aquela caipirinha que Lia tomava em companhia das amigas e a cerveja que Léo tomava com seus amigos se de

O A-E-I-O U-ÃO na rodoviária

Ônibus entram e saem. Pessoas sobem e descem. Frenético. Não importa a cidade, ou se a rodoviária cobra 3 ou 5 reais de taxa de embarque, é tudo igual. De fato, as pessoas são diferentes, e por assim dizer, únicas.  Sentado nos bancos de qualquer uma dessas rodoviárias, a gente encontra pessoas de todos os jeitos, formas, com todos os pensamentos e de todas as idades.   A- Alina. 2 anos. Alina, uma criança extraordinária. Linda, esperta. Refém do meio em que vive, de certo não vinha de uma classe alta. Há de se ponderar. O que ela é hoje é o que pode se tornar. Ela não é agressiva, é um doce, mas bate e belisca. Reflexos do que fazem com ela. Provavelmente foi-se pelos meus dedos a menina que algum dia pode se tornar o futuro da minhas espécie. Ela é curiosa e por isso pode mudar o mundo. Uma outra garota, um pouco mais velha, estava lendo um livro. Curiosa, Alina pôs-se ao lado, atenta, vendo as palavras como se já pudesse-as compreender. Ah, que menina linda, que risada gos

O passado coexistindo com a possibilidade do futuro

 E num passe de mágica, num instante, agora. O passado coexiste com o presente que também já se foi, é passado. Passou.  Não sei se deveria começar do fim, ou do começo, porque de fato tudo já é passado e tanto fará usar pretérito mais que perfeito quanto o perfeito. Aliás, só por estar no pretérito não mais parece com o passado que um dia cheguei a conjugar na escola. Palavras distintas mesmo significado,  ?   Ao contrário do que julguei ou quis escrever, começarei pelo fim, talvez pelo fato do fim ser mais recente. Ou menos distante na minha vã memória...  Talvez não tenha fim, talvez seja apenas uma metade.    Vinicius acabou de chegar na festa de casamento de uma de suas melhores amigas, ele havia ido na companhia de uma colega qualquer. Estava ansioso, sentia saudades de Diana. Vinicius é encantador. Charmoso. Inteligente. Carinhoso. Desses que amam afeto.    Diana era a noiva. Ela, a melhor amiga. Meiga. Estava digníssima. Uma princesa que eu poderia relacionar a qualquer

Alicerce

 Desde antes de tentar alguma coisa com L, P já suspeitava esse término. Ela sabia que iria magoar L. Não que ela quisesse, ou que planejasse magoar o coração dele, mas ela já tinha ideia disso tudo.  P era elegante, dizia o que pensava, queria ter o mundo. Ela gostava do mar. Canceriana. Superintuitiva, dessas que captam de longe as intenções das pessoas, e talvez por isso ela era tão desconfiada. Intensa. Carinhosa e um tanto que ciumenta.  L era tranquilo. No fundo, ele era amoroso para com ela, dedicado, super fiel e um pouco carente. Escorpiano e um tanto que indeciso, além de bastante inteligente.   Eles se conhecerem há uns anos, eram amigos. Acho que eram melhores amigos. L sabia de todas as emoções que P sentia, sabia da intensidade que ela tinha, a maneira dela lidar com tudo. P sabia o que dizer para acalmá-lo, e sempre queria ter L por perto. O maior medo de P era magoar de alguma forma L e talvez por isso tenha demorado tanto para se entregar ao sentimento que os u

Segunda carta ao meu Ipê

Querido Ipê,  Engana-se ao pensar que esse "querido" possa soar falsidade, ele só está presente para frisar o quanto ainda lhe quero.   Ah, mais uma vez te escrevo para falar dos meus sentimentos, cujos você já está ciente, mas escrevendo foi um meio de deixar tudo mais claro. Como sabes gosto de todo esse nosso mistério, portanto, não me peças para desvendar nada, sei que interpretarás da melhor forma possível, pois conhece-me muito bem e sabes a forma que te digiro a palavra (mesmo que por meio destas simples).  Antes de tudo quero dizer-te que desde a primeira carta mudei bastante e também a forma que te vejo e me relaciono com você, sabes que fico feliz quando correspondemos nossas expectativas e fico em êxtase quando superamos-as.  À essa altura do campeonato já me apaixonei e desapaixonei por você inúmeras vezes, que chega a ser entranho... Acho que é tão diferente e que o sentimento é tão profundo que mesmo quando alguma sombra o tapa e o faz desaparecer momenta

Bombas

 Bombardeada. Não por uma bomba de radioatividade. Não por um coquetel molotov. Porém, de informações. O tempo inteiro. Se elas são de verdade ou não, o que importa? O que o sistema quer é visualizações, quer público.   O mundo já acabou umas 10 vezes desde que eu nasci, e até agora nada mudou. Teorias conspiratórias surgem a casa milésimo de segundo. Teorias de santos se espalham pela internet como vírus. O mundo acabou em 2000. Acabou de novo em 2012. E dia 06 de junho de 2006? Acho que foi mais um dos dias que o mundo deixou de existir. É, e dia 23 de agosto de 2013 o mundo também tá fadado a acabar? Uns juram que sim. Outros creem que não.   E sabe porque todas essas teorias conspiratórias conseguem adeptos?  Simples! O fascínio pela morte.  Como assim?  A Senhora Morte sempre foi vista como dúvida, incerteza, de fato não se sabe o que acontece depois dela ou quando ela virá. Contudo, a mesma se opõe, porque é a única certeza que os humanos têm, é que um dia vão morrer.  

Interpretações semânticas

 Dedico parte do meu tempo a internet, e uma parte maior ainda quando estou de férias. De fato, leio coisas interessantíssimas, mas também coisas que deixam a desejar - coisas que me deixam reflexiva.  A frase que chamou minha atenção hoje, e que tem me chamado atenção sempre que a leio, é a mesma: como pessoas conseguem encontrar o amor 10 vezes por ano.   A banalização do amor é quase que absoluta! Ou não?  Amar, amar e amar... Mas, quem foi que disse que as pessoas que falam "eu te amo" pra cada "amor" que tem, realmente não ama? Claro, boa parte dos "eu te amo" são simplesmente ditos a paixões efêmeras. Porém, por que não pode realmente haver amor? O que se entende pela palavra "amor"?   As definições do dicionário são sempre as mesmas. O sentimento, então, deveria ser sempre o mesmo.   Ama-se o pai. Ama-se a mãe. Irmão e irmã. Marido, namorada, avô, tia, sobrinhos... Ama-se.   Acredito que as pessoas que mais se preocupam c

A casa de Dona Maria

Lá estava Maria lavando as meias de seu marido, uma de cada vez. A cada par enxaguado eram lágrimas junto às águas.  Maria era uma típica dona de casa. Subordinada ao marido. Não estava infeliz com a vida que levava. Ela amava cuidar dos filhos e ter tempo de arrumar seu lar. Os dias se passaram lentamente desde quando se casara com Alberto. Claro, ela havia se casado com o amor da sua vida, ou era nisso em que ela acreditava. Alberto, antes deles se casarem sempre levava flores, e a enchia de mimos... Ah, Alberto não era mais o mesmo. As pessoas mudam, porém Alberto tinha se desvencilhado de seus princípios...  Alberto era doce, carinhoso, amava Maria, queria ter três ou quatro filhos. Tinha um olhar carinhoso, uma energia esplêndida. Sonhava em ter uma casa, e aos 27 anos já estava estável. Já tinha um bom emprego em um escritório de advocacia. Era um bom advogado, nunca havia perdido nenhuma causa. E aos 48, ainda não tinha perdido causas, havia perdido apenas a alegria de v

Papéis trocados.

 Olhares. Nós trocamos olhares. Ondas de energia passaram de você pra mim e de mim para você. A mensagem havia sido enviada.  Ainda não te conheço, mas gosto de te observar. Encontramos-nos por um mero acaso, e em mesas coladas de lados opostos.  Seus cabelos curtos e brancos ao vento me deixam completamente encantado, um quase apaixonado.  Clamo a jovem que anota os pedidos - muitos a chamam de garçonete, logo me lembro de “garça”, porém ela é muito bela para ser tratada assim.   Contudo, a peço guardanapos e caneta, sendo eu atendido prontamente.  - Moça? – prefiro tratá-la assim – Você poderia perguntar o nome e pedir o telefone daquela senhora?   Então, mostro-a o amor da minha vida.  Ela prontamente se dirige à senhora, logo surge um sorriso na minha face, e vejo brotar um leve rubor na de minha boneca.  A garçonete morena se encanta com meu romantismo – escasso em dias atuais - e demonstra claramente esse encanto. Ela chega a comentar que acha encantador

Francisco

  Mais um dia típico de verão. O calor insuportável. E lá vai Francisco, com uma mochila nas costas e de calças jeans, mencionarei que estava com uma camiseta básica – porém, preta – o que o fazia sentir mais calor do que estava. É, era um dia bonito devo confessar...  Parado esperando o sinal fechar para atravessar refletiu sobre o quão recente era sua cidade e quantas pessoas já haviam passado por ali. Imaginou pessoas com carroças, com roupas simples... Depois voou e imaginou algumas cortesãs... Mais um pouco e imaginou inúmeros drogados... Imaginou famílias felizes passeando... E sua mente virou um pouco de tudo. Com o sinal ainda fechado decidiu prosseguir pela calçada que estava afinal logo a frente haveria outro sinal... Sempre há vários sinais em cidades grandes, e do vermelho pro verde passam num picar de olhos a critica do Francisco era essa, que passavam tão rápidos que às vezes ele nem via o sinal abrir para pedestres...  Francisco observava atentamente desde que er

O poder de Jasmim

 Apenas mais uma noite quente. Mais uma noite desse verão insuportável. Porém, há algo de extraordinário. Além da presença, dos melhores amigos de Jasmim, no céu, surgem pequenos focos de luz. São as estrelas. Procure a constelação de gêmeos. Observe-a. Perceba os meteoros. Raios de luz. Beleza natural. Sem igual.    Jasmim se mudara recentemente pra essa pequena cidade, e já havia feito grandes amigos. Era uma garota simpática. Simples. Gostava do pouco, pois para ela o simples se tornava exuberante. Era uma menina tranquila. Harmonia era a palavra que a guiava. Jasmim era realmente uma flor. Um encanto de menina. Ela não gostava do elaborado, do sofisticado.  Uma garota assim é algo raro de se encontrar atualmente. Ela queria paz. Queria a calma que havia encontrado nesse momento.    Hoje, as mulheres querem salto alto e maquiagem. Se vestem "para matar". Para "pegar" todos. Pobres e fúteis. Úteis somente para as indústrias de consumo. Apesar disso, são fe