Descobri que em viagens minha mente fica livre, talvez pelas interações sem importância que passam leve, talvez pelas coisas diferentes que vejo.
Dia 31 de outubro, popular Halloween americano, não que eu goste ou que eu iria escrever um texto sobre mas de fato a data me fez pensar ou melhor voar com minha mente.
A minha cabeça me prega peça as vezes. Eu estava na rodoviária como habitual, esperando meu ônibus chegar, nem interagindo muito pelo fato de isso já estar se tornando natural para mim.
Olho para o lado e estranhamente duas mulheres de preto, saias longas e casaco pretos, unhas vermelhas (das mãos e dos pés), uma loira e outra ruiva. Deveriam ter uns 60 ou 70 anos. Tinham anéis em todos os dedos, um colar com círculo prata com desenhos que pareciam ser feitos a mão. As bolsas eram pretas também, e junto tinha uma sacola com ramos de folhas. Pode-se supor ser também João e Maria e que elas são bruxas voltando de alguma reunião. E ah, que teriam uns 800 anos. Supus apenas ramos, pelo fato de terem um cheiro agradável, quem não gosta de perfume de flores? Talvez elas nem soubessem que era halloween apenas estavam sendo elas mesmas.
Eu sou meio a favor de explorar o folclore como forma de cultura.
Destaque pro Brasil. Onde está o curupira? A Iara? A mula sem cabeça? Tem criança que nem sabe o que é. Mas essa globalização não tem como evitar. Tenho que aceitar a influência do mundo na cultura brasileira. Só não quero que o Brasil se esqueça que antes de ter uma cultura global tem a sua cultura nacional que é bela e muitas vezes ignorada. Talvez porque ninguém liga pra ela. Afinal, eu mesma mal sei dessa cultura, não sei os feriados nacionais por motivos políticos (independência, proclamação da república). Claro, eu gosto de samba e futebol, das praias e da simplicidade, e da simpatia dos brasileiros. Sou fascinada pela cultura indígena que nem sei diferenciá-las entre si. Entretanto, somos apáticos quanto a cultura nacional, porque quem gosta disso é "alienado", faça mil favores, alienado é você que só vê filmes norte americano, tem all star e nunca leu Machado ou Clarice.
A minha curiosidade me matou. Queria saber quem era e pra onde iriam. Mas, já era hora de embarcar. Talvez elas nem existissem, mas foram um bom motivo para eu escrever um texto sobre o halloween. Talvez elas existam e tenham poderes mágicos. No final, tanto faz, apenas me rederam um bom texto e muita imaginação.
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